é desta - talvez.


Não sei se me sinto preparada. Se nunca estive ao longo de todo este tempo - desde que optaste por partir - não sei se será desta. Ainda ontem fiquei extremamente irritada, mas já te perdooei - mesmo que não me tenhas pedido desculpa pelo que fizeste. Sei que não foi com intenção de me magoar - mas, neste momento, custa-me muito mais as tuas palavras, que o teu silêncio. Mal por mal, prefiro-o. Marcas-me na tua indiferenca - eu tenho de levar com isso - mas não estou nem aí para te deixar ver-me morrer aos pedaços - por tua culpa, mas mais minha. Minha - por não conseguir passar uma borracha na nossa história; por não conseguir aniquilar todas as recordações que me trazes; por não arrumar - definitivamente - as tuas (e nossas) fotografias numa gaveta - que gostaria de celar com tudo o que houvesse à mão, para que nunca mais a pudesse abrir - assim (também) fosse o meu coração. Tua - por não deixares que eu te esqueça de vez - fazes sempre questão de me lembrar que existes. Mas mal me estás a lembrar, já me estás a virar costas outra vez - sempre com a mesma arrogância que da vez anterior. Isso magoa muito. Lamento - não sou de ferro. Lamento ainda mais que o que te reste de mim seja tão-pouco. Mas agora, acho que chega - para mim, basta. Estou decidida mas não tão certa que possa cumprir - mas um dia hei-de fechar as nossas recordações na bagagem e farei com que desapareça - para sempre.

. (...) se um dia aprender a lidar com a tua ausência, isto tornar-se-à promessa.

1 comentário: