simulação


Na mesa redonda que se encontra na minha sala - permanece um albúm empoeirado de fotografias nossas. Todas as noites me encorajo para o abrir - soprar o pó das nossas recordações - e relembrar-me de ti como em tempos que fomos felizes. Debruço-me sobre ele, mas a única coisa que consigo é olhá-lo, enquanto mil e uma lágrimas me invadem o rosto. Todas as noites, a situação se repete. Começo a ficar cansada e sem folêgo para alimentar a tua falta - a falta das tuas palavras melódicas e do teu toque delicado. É a muita saudade de meteres a mão no meu coração - para suavizar o seu batimento. A cada um dos meus passos - uma imagem tua. É impressionante o amor que ainda me envolve - o constragimento que ainda me provoca dentro do corpo. Já te foste à uns bons tempos, mas não levaste tudo - como eu prentendia - contigo. Deixaste a tua sombra - a pior coisa que me persegue a todo o instante. Mas nem tudo é mau. Estou-te muito grata por me ensinares o significado real da palavra amor e da forma como o meteste em prática comigo. Hoje - finalmente - eu consegui abrir o nosso álbum. Passei os dedos minuciosamente por cada fotografia - as imagens na minha cabeça tornaram-se numa curta-metragem, onde eu pude reviver tudo. Cada fotografia - uma lágrima e um aperto no coração. Tive a capacidade de ir até ao fim - como um dia eu me prometi. Abrir o álbum na primeira página e só o fechar na última. Página a página - que doloroso! No final - sim, morri por dentro - apesar de nunca me teres dito - escreveste na última fotografia ' até já, meu grande amor - quem sabe um dia conseguimos completar este álbum - o nosso álbum inacabado, de uma história também ela inacabada' Estremeci - fechei o livro. Depois de ter lido aquelas tuas palavras - as minhas esperanças voltaram. Ainda espero por ti, meu grande amor. Até já.

. quero apenas que isto passe de uma simulação, porque nem um até já eu te consigo dizer, meu grande amor.

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