É muito o tempo que dedico a pensar como foi que nos perdemos desta maneira, como durou tanto tempo e quando menos esperei já não estavas mais aqui. Foram anos de confiança e partilha, de choro e de gargalhada (…) nos bons momentos, chorámos a rir e dávamos a entender felicidade mútua; nos maus momentos, rimos a chorar e estendemos sempre a mão para aliviar a dor. Nunca foi uma amizade como as outras, nem era preciso palavras para descrever, bastavam só e apenas os actos e os olhares, aí tinham a prova de cumplicidade que nos enchia o coração. Mas também nunca ninguém disse que a vida era justa; é feita de escolhas e tu, não me escolheste a mim; muito bem, provavelmente está a viver da decisão melhor, com uma pessoa melhor, que não eu. Dói saber que nos afastámos de repente e não aos poucos, como que as grandes amizades quando se estão a desmoronar; nunca fizemos promessas uma à outra, disto ou daquilo, não achámos importante, e na verdade, não era mesmo, porque um dia, acabámos por ter que nos largar e romper a nossa palavra; e isso, não é digno. Não sou vítima, mas tu também não; errei bastante, mas tu também me falhaste; sofri e sei que tu também, tanto quanto eu; nunca esqueci, está guardado, mas quanto a ti, é a única coisa que não tenho a certeza que mantenhas. Também não importa, tudo um dia acaba e nós não podíamos ser excepção; não foi por falta de contacto, foi sim por decisão de ambas as partes, mesmo sem nos apercebermos. Falhei bastante contigo quando deitei para trás a nossa história; mas, cansei; no entanto, assumo e peço desculpa. Sei, que como tu, mais ninguém vai passar e ficar na minha vida; por tudo. Agora entendo, o mal não foi teu, não foi meu, nem de ambas; foi daquilo que nos tornámos. Obrigado por teres feito parte da minha vida, muito obrigado, chamei-te de melhor amiga e com bastante orgulho o digo.
É tudo.
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