VII


Hoje sinto-me sozinha. Sim, de espírito. Falta-me a minha força superior - a que entre todas me ergue. Falta-me a mão, que entrelaça os dedos nos meus. Falta-me o afecto que de tanto estou a precisar. Estão constantemente a faltar-me as forças. Inevitavelmente. Centenas de quilómetros, é a mais dura barreira de quebrar - de aguentar, melhor dizendo. É verdade, estás perto de mim, num sítio onde estás completamente seguro e que será teu, até não mais - o meu coração. Mas às vezes, isso não basta. Os teus olhos precisam de cruzar os meus; as tuas mãos precisam de sentir as minhas palpitações; os teus lábios precisam de colar nos meus; os nossos corpos precisam de se mover, em simultâneo. Eu preciso de ti. Tu precisas de mim. Tem dias que é tão dificil suportar a saudade. A saudade fere por dentro, vindo a demonstar-se por fora. Magoa constantemente, sem dó. Vem, sem pedir liçenca. Mas não há saudade que destrua o sentimento. Não há, pelo menos para nós. Mesmo nos dias que nos sentimos frágeis, sem mais forças, há sempre algo (dentro de nós!) que nos ergue para cima, não permitindo que desistamos. Há-de ser sempre assim - eu prometo. Eu só pedia que viesses. Estar comigo uns minutos, que sejam (tanto faz quantos!). Mas não podes. Posto isto, apenas continua a segurar-me se eu perder todas as forças. Continua a amar-me - mesmo quando achares que não vale mais a pena. Continua a despertar mais sentimentos dentro de mim - é óptimo. Continua a lutar comigo. Não desistas de mim. De nós. Fica, para sempre.

(L)

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